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Historia e Biografia Metallica

A jornada da banda Metallica


Baterista à procura de outros músicos de metal para jam’s com influências de bandas como Tygers of Pan Tang, Diamond Head e Iron Maiden”.
Quem diria que este anúncio despretensioso seria o ponto de partida para formação inicial de uma das maiores bandas de todos os tempos. É nostálgico imaginar que em 1981 o dinamarquês, Lars Ulrich então em LA procurava por músicos que tivessem afinidade com bandas como Iron Maiden, Motörhead, Judas Priest, Diamond Head, entre outros. Esta última como era de se esperar, cuja influência foi declarada enaltecidamente e imortalizada no cover de “Am I Evil”, fez com que o Metallica, originalmente influenciado pelo movimento “NWOBHM” (New Wave of British Heavy Metal), como quase todas as bandas de Heavy Metal do planeta, soasse um tanto mais agressivo e rápido que as bandas do momento, o que talvez tenha dado origem ao Trash Metal. Deixando as influências de lado, o Metallica definitivamente decorreu sua jornada através de “altos e baixos” que uma banda pode percorrer, desde a breve e calculista expulsão de Dave Mustaine, à tragédia inexplicável de Cliff Burton, passando também pelos anos de crises relacionada a dependência alcoólica de algum de seus integrantes e brigas, principalmente as ocorridas entre James e Lars, incluindo a questão polêmica do Naspter. Entretanto, o Metallica sempre continuou de pé, ganhando e perdendo, aprendendo com os próprios erros, trilhando novos caminhos, fatos que os tornaram mais próximos a nós, que de adoradores fanáticos, nos tornamos críticos, e como todo ser humano suscetível a erros, continuamos curtindo e adorando através dos anos obras indeléveis e memoráveis que entraram para história do Heavy Metal. Detalharemos agora a jornada de uma das maiores bandas de Heavy/Trash Metal de todos os tempos.
Primórdios – Antes do Sucesso e a expulsão de Dave Mustaine, pérfida e traiçoeira – (1981/1982)
Depois do respectivo anúncio feito pelo baterista Lars Ulrich, o primeiro recrutado foi o vocalista e guitarrista James Hetfield, formando o atual cerebelo da banda, ainda seria necessário encontrar o contrabaixista e o guitarrista que ficaria responsável pelas dobras e o “lead guitar”, o que naquela altura seria altamente necessário, visto que Lars Ulrich teria conseguido uma grande oportunidade de gravar na Metal Blade Records, gravadora independente responsável por “lançar” grandes nomes do Heavy Metal, como por exemplo Slayer, Manowar, Mercyful Fate, Overkill, entre outros.
Com a situação financeira naquele momento complicada e pouco tempo restando para cumprir a imperdível oportunidade da gravação, James e Lars decidiram gravar uma música no porão da família de Lars com quase nenhum recurso e um gravador obsoleto. James então encarregado das funções de vocal, contrabaixo e “rhythm guitar”, não conseguia executar lick’s rápidos, visto que naquela época o mesmo não possuía técnica apurada, o que ocasionou na participação de um novo músico. Lloyd Grant, guitarrista que apesar de atualmente flertar com outros estilos de origens jazzísticas, dedicou-se a contribuir na autoria do primeiro single, “Hit the Light’s”, o que não conteve os elogios de Brian Slagel, então funcionário da Metal Blade Records, pessoa que foi a ponte para o sucesso da banda, e mesmo na ausência de um contrabaixista, e de um nome, o projeto tomava formas reais.
A busca por um nome inicia-se com dois amigos de Lars Ulrich chamados, Ron Quintana e Ian Kallen, os quais se dedicavam ao processo de elaboração de um fanzine relacionado ao Heavy Metal. Com inúmeros nomes para denominar a revista, entre eles Metallica e Metal Mania. Hoje sabemos que Lars evidentemente interessou-se pelo nome Metallica, um azar naquele momento, visto que Ron e Ian já haviam feito a escolha. Com malícia, movida pelo imenso interesse, Lars sugeriu aos dois amigos que o nome Metal Mania seria mais adequado para o fanzine, e sem perceberem, inocentemente Ron e Ian mudaram o nome em cima da hora para Metal Mania. Em seguida, Lars pôde proceder ao registro do nome desejado, surgia oficialmente a banda Metallica.
Com a banda nomeada, a gravação para o Metal Massacre, coletânea com diversas bandas no cenário independente de Heavy Metal americano, seguiu a todo vapor, incluindo Steeler e Ratt. Apesar do deslize da Metal Blade Records nomear o Metallica como “Mettallica” no encarte do disco, a coletânea Metal Massacre teve boa repercussão, fato que motivou a formação completa da banda. Após estes acontecimentos, Ron McGovney assume o posto de contrabaixista e Lloyd Grant é desligado da formação pela insatisfação dos demais integrantes, que viam suas raízes e tendências em desacordo com o estilo do Metallica.
Na incerteza de que James conseguiria executar com perfeição os riff’s e demais arranjos das músicas ao mesmo tempo em que cantasse, já que seu papel principal inicialmente seria o de vocal, eis que surge um guitarrista dedicado e técnica refinada, David Scott Mustaine, sim ele mesmo, Dave Mustaine. O teste foi realizado na garagem do então baixista Ron, e foi notável o espanto geral causado pela quantidade e qualidade do equipamento utilizado por Mustaine naquela ocasião, o que levou ao seu ingresso imediato.
Em contrapartida, a vida particular de Dave era conturbada, devido aos vários problemas familiares causados pelo alcoolismo que resultaram na separação de seus pais. Dave decidiu então morar sozinho em um apartamento alugado e, logicamente, como não possuía verba por ser menor de idade, não podendo assim constituir um emprego digno, iniciou-se em uma “atividade” estranha. Dave passou a vender drogas, e em determinada ocasião, uma de suas clientes adquiriu uma dívida alta, em que oportunamente, pelo fato de trabalhar em uma loja de discos e cd’s, decidiu efetuar o pagamento com álbuns do Motörhead, Judas Priest e AC/DC, despertando grande interesse musical em Dave, levando-o a investir em uma guitarra B.C. Rich, situações que o conduziram a introduzir-se no mundo do Trash e Speed Metal, no entanto, com más influências ao seu redor, Dave não conseguia se livrar do vício do álcool o que acabaria prejudicando seu convívio por onde passasse, fato que no princípio não impediu a evolução do Metallica, que pôde realizar os primeiros shows da banda, com direito à abertura do Saxon.
Ao longo dos show’s, o Metallica prosseguia conquistando público gradativamente com músicas autorais, como Hit the Light’s, Jump in the Fire e Metal Militia, e covers de Diamond Head, Sweet Savage, entre outras bandas do “NWOBHM”. No entanto, crises relacionadas ao comportamento de Dave Mustaine viriam à tona, apesar de sua dedicação às composições e ao trabalho de uma forma geral.
Os problemas com álcool e drogas além dos incessantes inconvenientes causados pelo vício tornavam-se cada vez mais frequentes, expondo os integrantes da banda à seguidas discussões que posteriormente culminariam em confusões acaloradas que chegariam as vias de fato. Situações constrangedoras e muitas vezes inconcebíveis, até entre amigos (companheiros de banda), como por exemplo, o dia em que Dave, bêbado, conduziu inconvenientemente seu cão ao ensaio do grupo, e acidentalmente o capô da van de Ron, qual servia como meio de trasporte para os eventos da banda, seria danificado pelo animal. Em seguida, James na tentativa de impedir que o cão prosseguisse avariando o veículo, seria interrompido por Dave, que inconformado com sua atitude, repentinamente o agrediu com um soco no rosto, resultando em uma grande confusão, até a intervenção de Lars. Como já era de se esperar, naquela ocasião Dave foi afastado da banda, retornando alguns dias depois, dando continuidade à agenda.
A insatisfação de Dave e James em relação ao contrabaixista Ron McGovney coincidiria com o show da banda Trauma, que Lars e James assistiriam, onde um baixista apunhalava seu Rickenbacker com incrível técnica e virtuosismo com direito a wah e saturação visceral, nada mais nada menos que Cliff Burton. Imediatamente os dois o convidaram para ingressar no Metallica, convite que apesar de inicialmente ter sido recusado, logo seria confirmado com a condição do Metallica transferir a logística de Los Angeles, cidade natal, para San Francisco, cidade de Cliff. Mudança que seria aprovada e pegaria de surpresa Ron que ao perceber, desligou-se da banda por conta própria, prevendo o “convite” a retirar-se, e principalmente, por ter um relacionamento ruim com Lars e Dave, que desencadeava inúmeras confusões, como por exemplo, a ocasião em que o mesmo derramou cerveja em seu baixo fazendo-o sofrer um choque.
Na eminência de gravar o primeiro álbum e com as pré-produções a pleno vapor, o Metallica seguia ornamentando os arranjos para finalização do primeiro LP intitulado “Metal Up Your Ass” com músicas inéditas, contudo, a banda sofreria outra baixa. Dave Mustaine, então considerado reincidente por seus companheiros, tinha dificuldades em seguir respeitando disciplinas naturais do cotidiano da banda, pois frequentemente apresentava-se em condições inadequadas para os ensaios e apresentações. Devido a esta falta de comprometimento, James e Lars já cansados da rotina, optaram por desligá-lo do Metallica, e literalmente expulsaram Dave Mustaine, conduzindo-o completamente alcoolizado com todo seu equipamento, e uma passagem somente de ida em um ônibus de viagem de NY para L.A. Com sua formação desfalcada, Lars imediatamente convocou o guitarrista do Exodus, e um dos muitos alunos de Joe Satriani, o até então desconhecido Kirk Hammet, possibilitando assim a retomada do processo de gravação.
Anos Dourados: “Kill ‘Em All”, “Ride The Lighting” e “Master Of Puppets” (1983/1986)
Logo após a expulsão de Dave Mustaine e a entrada de Kirk Hammet, o Metallica faria sua primeira gravação em NY com o produtor Paul Curcio, entretanto, a gravadora Megaforce Records não aprovou o nome “Metal Up Your Ass”, alegando alta agressividade. Por conseguinte e com o título do álbum censurado, o Metallica decidiu mudar o nome para “Kill ‘Em All”, contendo grandes clássicos marcados pela voz estridente e ainda em desenvolvimento de James Hetfield, créditos de Dave Mustaine em algumas composições e andamentos rápidos como na faixa de abertura “Hit the Lights”, “Whiplash”, Metal Militia” e “Phantom Lord”, além dos hits também contagiantes como “Motorbreath”, com leve pitadas de punk, e a eterna “Seek and Destroy”, obrigatória em qualquer set list de todas as épocas do Metallica. Neste disco, podemos desfrutar dos primeiros passos de um grande músico, que acima de tudo, abriu a mente dos outros integrantes, introduzindo seu vasto conhecimento musical originados de diversos estilos, que passavam por música clássica, jazz e obviamente heavy metal, este gênio chama-se Cliff Burton, autor exclusivo de “(Anesthesia) Pulling Teeth”, faixa instrumental inclusive tocada por Cliff na primeira vez em que James e Lars presenciaram seu talento incomum.
Depois da turnê de lançamento de seu primeiro disco, o Metallica decidiu viajar para Dinamarca com propósito de gravar seu segundo disco pela gravadora Elektra Records, com o produtor Flemming Rasmussen, nomeado “Ride the Lightning”, referente à expressão usada pelos presidiários para indicar os condenados à morte na cadeira elétrica. Apesar do “Kill ‘Em All” fazer parte da melhor fase, considerada pelos fãs autênticos do Metallica, a do “legítimo” Trash Metal, o álbum “Ride The Lightning” marca a evolução e amadurecimento da banda que tornou-se referência do melhor Trash Metal.
A abertura do álbum “Fight Fire With Fire” tem harmonias mais elaboradas com violões, seguidos pela fúria explosiva de riff’s pesados, velozes, e boa interação de James e Kirk presente nas dobras, que seguem até a primeira de muitas baladas do Metallica, “Fade to Black”, com dedilhados que antecedem o peso extremo incorporado ao final da música, finalizando com “The Call of Ktulu”, segunda música instrumental da banda, faixa com vários temas e linhas melódicas elaboradas, além de hits delirantes como “Ride the Lightning”, “For Whom the Bell Tolls”, “Creeping Death”, entre outros.
Com o segundo álbum, o Metallica pôde fazer parte dos festivais de grande audiência, com espetáculos que arrastavam multidões de 50 à 70 mil pessoas, com isso, o grupo galgou degraus importantes, que até então eram apenas “sonhos”, pois antes seus shows eram frequentados por uma média de 1.000 pessoas.
Após o fechamento da turnê de quase um ano, o Metallica decidiu gravar seu terceiro disco mais uma vez com o produtor dinamarquês Flemming Rasmussen, dando origem a uma obra-prima, aclamada pelos fãs e críticos, considerado por praticamente todos, o melhor álbum do Metallica, ganhando o “posto” de melhor disco de Trash Metal, (posição que “disputa” com “Reign in Blood” do Slayer). Elogios à parte, o álbum “Master of Puppets” abriu definitivamente as portas para o Metallica, que virou a sensação entre os “headbangers”, que se viam, perplexos com algo tão melódico e complexo, que além de agressivo era extremamente veloz, qualidades mostradas em discos anteriores, porém, nunca da mesma forma. Com Trash Metal sincronizado e explosivo, que trazia hits magníficos do começo ao fim, “Master of Puppets” mesclava estilos diferenciados que podem ser vistos musicas como “Battery”, que inclusive tem shape de abertura que lembra o álbum antecessor.
Consequentemente “Master of Puppets” atingiu boa repercussão, botando o Metallica no “olho do furacão”. Prosseguindo com a agenda lotada de shows, a banda recebeu a proposta de tocar nos shows de abertura de Ozzy Osbourne. As apresentações seguiam até que em determinada ocasião uma emissora de TV local registrou parte da fanática plateia clamando por “Metallica” meio que dividindo a popularidade com Ozzy simbolizando a grande fase da banda.
Tragédia inexplicável: Cliff Burton (1986)
Encerrando a turnê de apoio de Ozzy, o Metallica embarcou em uma grande turnê europeia, denominada “Damage Inc.”. Em 27 de setembro de 1986, o Metallica viajava com destino à Estocolmo, capital da Suécia. Durante a turnê, o ônibus oferecia péssimas condições mecânicas com leitos desconfortáveis e, além disso, algumas janelas não fechavam por completo. Kirk e Cliff decidiram na sorte das cartas tirando um “Ás” que dava o direito de escolher o lugar em que iam dormir. Na madrugada anterior, Cliff tirou um “Ás”, e exclamou: “Eu quero a sua cama!” Kirk obviamente insatisfeito retrucou ironicamente: “Tudo bem, fique com a minha cama, vai ser “melhor” da mesma forma.”
Por volta das seis da manha, o ônibus capotou enquanto todos estavam dormiam, Kirk acordou com o estrondo e desespero de seus companheiros, no entanto, a única voz que calou foi a de Cliff, que teve o corpo arremessado para fora do ônibus que fatalmente o esmagaria em seguida. Apesar de James alegar que o motorista estava alcoolizado, as investigações concluíram que o acidente foi causado por uma fina camada de gelo sobre a pista.
Superação com sequelas: Entrada de Jason Newsted e “… And Justice For All” (1986/1989)
Com destino conspirando para que o Metallica acabasse a família de Cliff apoiou a banda a seguir em frente, justamente o que Cliff desejaria onde quer que estivesse. No dia 7 de outubro de 1986, seu corpo foi cremado e suas cinzas foram jogadas em Maxwell Ranch, Colorado. Durante a cerimônia, a música “Orion” foi tocada em sua homenagem. Exatamente três semanas depois, Jason Newsted assume o posto de novo baixista do Metallica, encerrando a turnê “Damage Inc.” no inicio de 1987.
Com o fechamento da turnê, o Metallica decidiu gravar em seu novo estúdio o EP “The $5.98 E.P.: Garage Days Re-Revisited”, com apenas cinco músicas covers, que incluem versões de Misfits, Diamond Head, Killing Joke, entre outros. O objetivo principal era testar o novo baixista, não por ser incapaz, muito pelo contrário, Jason conseguiu impôr seu estilo com muita naturalidade e bom gosto. Problemas vieram novamente à tona, revelando sequelas causadas pela morte de Cliff, e por vezes James e Lars criaram situações que expunham Jason ao ridículo.
Em 1988, meses após a gravação do EP, o Metallica decidiu gravar seu quarto álbum, novamente pela Elektra Record’s, e com o produtor Flemming Rasmussen, o primeiro disco oficial de Jason, denominado “… And Justice For All”. Podemos afirmar que este álbum é o mais complexo que o Metallica já lançou, com arranjos e andamentos de alto grau de complexidade, … And Justice For All” conta com flash’s de progressivo em algumas canções, com andamentos mais lentos e com ritmos marcados por convenções pouco comuns em relação aos álbuns anteriores. deando em uma explosão causada por James, Kirk e Lars, tendo a quarta música como destaque do álbum.
O grande sucesso comercial da banda faria o Metallica sofrer muitas críticas, devido ao primeiro videoclipe postado e transmitido pela emissora MTV. Apesar do comprometimento com a mídia para expansão da imagem da banda, muitos não aprovaram a atitude, fato que levaria fãs mais exaltados a cometerem atitudes agressivas contra os integrantes da banda, como o fatídico episódio em que um fã escarrou no rosto de James alegando que o Metallica teria se vendido: “Você se vendeu!”
Outra falta sentida pelos fãs foi a ausência do contrabaixo de Jason nas mixagens do álbum, que ficou literalmente “apagado” pelas dobras de guitarras. Um trauma causado por pura desconfiança em relação ao substituto de Cliff.
O álbum “… And Justice For All” marcou um lugar na história do Heavy/Trash Metal, através de grandes hits como “Blackened” e “Dyers Eye”, faixa mais próxima do Trash apresentando nos álbuns anteriores.
Ao Maintreem: “Black Album” (1989/1994)
Para divulgar o álbum “… And Justice For All”, o Metallica decidiu embarcar em uma turnê mundial denominada “Damaged Justice”, que finalizaria com a primeira vinda ao Brasil, com shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Insatisfeitos com o resultado técnico da mixagem de “… And Justice For All”, o Metallica decidiu não trabalhar mais com Flemming Rasmussen. Em 1989, a banda Motley Crüe lança o álbum “Dr. Feelgood”, produzido pelo produtor canadense Bob Rock. Apesar de Bob ter apresentado trabalhos mais voltados para o Hard Rock, o Metallica ficou muito satisfeito com o resultado técnico que o Motley Crüe obteve com o produtor Bob Rock. Logo após a turnê “Damaged Justice” Bob Rock receberia um convite para trabalhar com o Metallica.
A primeira reunião da produção foi caracterizada pela seguinte frase de Bob: “Vocês não chegaram nem a metade de onde podem chegar.” Naquele momento isto já representaria um ponto de discórdia, visto que o Metallica já era uma banda conceituada no mundo do Trash Metal e Heavy Metal, mas para Bob Rock era justamente este o problema. O objetivo de Bob era tornar o Metallica uma banda de metal universal, o que para alguns, custaria o estilo “primário” da banda…
As gravações do novo álbum denominado “Metallica” foram iniciadas, com horas de mixagens ininterruptas e uma crise de convivência entre Bob e os integrantes da banda, justamente por ter mudado drasticamente o estilo e formatação das músicas, que já continham durações mais curtas, andamentos mais lentos e estrutura musical menos complexa, a exceção de faixas instrumentais, mas que de toda forma tornaram-se mais acessíveis ao rádio e a TV, promovendo a expansão do Metallica.
Apesar de o novo álbum trazer a voz rasgada de James, o “Black Album” apresenta notável limpeza e definição nos vocais, um dos fatores que causaram a mudança de rumos ao longo dos anos, pois o modo como cantara nos primeiros álbuns já não se enquadrava nos padrões técnicos da época do Black Album, o que o levou a praticar aulas de canto lírico, corrigindo assim, seus vícios e erros, porém, fazendo-o perder a ênfase e algumas de suas principais características, como por exemplo, a pressão vocal rasgada e rouca de “Master Of Puppets e de “…And Justice For All”.
A abertura do “Black Album” inicia-se com um dedilhado eternizado de “Enter Sandman”, simplesmente o hit mais “conhecido” da banda junto à “Nothing Else Matters”, balada que todos os guitarristas, ou qualquer pessoa, consegue executar com um simples dedilhado. O “Metallica”, ou para os mais íntimos, “Black Album”, consegue impor toda agressividade e desejada de modo tão contagiante como as faixas que completam o álbum em “Sad But True”, “Holier Than Thou”, “Wherever I May Roam”, “OF Wolf And Man”, e até em “The Unforgiven”, mais uma bela balada do Metallica.
Resultado: O disco deu o lugar ao Metallica entre as dez bandas de rock que mais venderam discos no planeta. E com certeza, o Metallica é a banda de maior “peso” existente nesta lista.
Para promover o sucesso do “Black Album”, no ano de 1992, o Metallica decidiu entrar em turnê junto com Guns N’ Roses. A turnê foi um sucesso, retratando o auge financeiro das duas bandas. No entanto, um episódio ocorrido na turnê pôde assustar os fãs. James Hetfield sofreu um acidente na abertura da música “Fade To Black”, causada pelo excesso de pirotecnias e falha dos assistentes de palco, que não marcaram com precisão o local aonde James deveria se posicionar antes da explosão de abertura, resultando em graves queimaduras nos braços, no tronco, além do
rosto, o que impediu de tocar guitarra durante o período de sete shows, sendo substituído pelo guitarrista roadie John Marshall. Nos dias 1 e 2 de Maio de 1993, o Metallica retorna o Brasil para realizar dois shows em São Paulo.
Perdendo conservadores e ganhando “novos” fãs: “Load” e “Reload” e o Sucesso Mundial (1994/1998)
Depois de três anos engajados em maratonas de turnês internacionais, o Metallica encheu o bolso como nunca havia sonhado antes, lotando estádios por contra própria em todo o planeta. Em 1994, o Metallica decidiu entrar no estúdio para gravar seu sexto álbum. Apesar da intenção de gravar um álbum duplo, o produtor Bob Rock decidiu que seria mais sensato dividir o álbum, lançando no intervalo de um ano Load e Reload. Os dois álbuns apresentam praticamente as mesmas temáticas, marcados pela drástica mudança apresentada no visual. Com cabelos curtos, roupas mais leves, maquiagem no rosto e unhas pintadas de preto, estilo caracterizado por Kirk Hammett. Além do fator estético, o Metallica tornou-se uma banda mais “acessível”, diminuindo o peso, rapidez, agressividade. Clipes cinematográficos e orçamentos robustos para a produção dos shows trouxeram maior visibilidade na mídia. Apesar dos dois álbuns serem considerados excelentes discos, o Metallica perdeu muitos de seus fãs mais conservadores, incluindo principalmente os fãs de Trash, adoradores dos três primeiros álbuns, em contrapartida, o Metallica ganhou novos seguidores expandido seus rumos.
Novas turbulências: Polêmica com Napster, “S & M”, “Garage Inc.” e Saída de Jason (1998/2002)
Em 1998, um ano após o lançamento do álbum Reload, o Metallica decidiu gravar um álbum duplo apenas com covers, denominado de “Garage Inc.”, o disco (1) de 1988 contém covers do Black Sabbath, Lynyrd Skynyrd, Diamond Head, Blue Öyster Cult, Nick Cave and the Bad Seeds, Misfits, além da excelente compilação de Mercyful Fate, em “Mercyful Fate Medley”. No disco (2) há um misto de versões durante o período de 1984 a 1995, incluindo covers de Diamond Head, Motörhead, Killing Joke e Queen, cujo cover foi executado no Tributo de Freddie Mercury.
As versões de maior audiência foram “Die, Die My Darling”, do Misfits, e “Whiskey In The Jar”, da Thin Lizzy, versão que ganhou o Grammy de Melhor execução Hard Rock. No ano seguinte, o Metallica foi indicado à calçada da fama de San Francisco. Dois meses depois, nos dias 21 e 22 de abril, a banda juntou-se com o maestro Michael Kamen e a Orquestra de San Francisco, que já haviam trabalhado com o Metallica no álbum “Black Album”. Apesar de Michael Kamen já ter participado de bandas ligadas ao rock, como Eric Clapton, Aerosmith e Pink Floyd, e tratando-se do Metallica, esta tarefa seria extremamente complicada.
O resultado pôde ser visto em novembro do mesmo ano, denominado de “S & M”, uma verdadeira obra de arte, mesmo que esta junção musical já tenha sido cultivada em trabalhos mais antigos, como em “Concerto For Group And Orchestra”, do Deep Purple. O “S & M” é de longe o mais improvável e original, pela delicadeza e percepção musical, criando horizontes os quais jamais poderiam ser vistos.
Em 2000, prestes a ser lançado, o single exclusivo para o filme Missão Impossível 2, denominado “I Disappear”, a produção do Metallica descobre que o single está tocando nas rádios de forma ilegal. Em seguida, a banda descobre que a fonte de distribuição viria de um arquivo de um site de compartilhamento gratuito de arquivos com formato P2P, o Napster. A banda recorre a uma ação judicial contra a empresa dos criadores Sean Parker e Shawn Fanning. Além de o Napster o Metallica também processaria três Universidades dos Estados Unidos, do Sul da Califórnia, Indiana e de Yale, por não ter bloqueado a ação da empresa. Com o evento prolongando-se, o sistema de compartilhamento de músicas em formato P2P chamou a atenção de várias bandas, contras ou à favor, no entanto, o que importa é que o Napster desencadeou a moda dos sites de compartilhamento gratuito.
A controvérsia alastrava-se, com o fato simbolizado na premiação da MTV VMA do mesmo ano, com um vídeo apresentado pelo Metallica, em que Lars aparece criticando um jovem protagonizado pelo próprio apresentador do evento, que no momento escutava a faixa “I Disappear” de maneira ilegal, encenando um verdadeiro sermão dado por Lars, tomando tudo o que estava incluso em seu quarto, inclusive sua namorada, botando o selo do Napster em todos os pertences, que indicava a posse sem permissão. No mesmo evento, Shawn Fanning rebate o vídeo no instante em que apresentava um dos prêmios, utilizando uma camisa em que estava escrito: “Eu peguei esta camisa emprestada de um amigo. Talvez, se eu goste dela, irei comprar uma própria”.
Apesar de o Napster ter sido fechado dois anos após o incidente, diversos sites de compartilhamento gratuito surgiriam, mudando por completo a indústria da musica, fato que evidenciou um desgaste desnecessário da banda para com seu público, com paródias que ironizavam a atitude da banda entre outras injúrias. Não pararia por aí, no começo de 2011, Sean Parker, um dos fundadores do Napster, estaria negociando o patrimônio da empresa Warner Music, sim, a gravadora do Metallica.
Apesar das polêmicas, o Metallica decidiu entrar em estúdio para gravar seu próximo álbum, contudo, o andamento seria interrompido com a saída aparentemente inesperada do contrabaixista Jason Newsted, alegando estar desgastado física e mentalmente, e principalmente por desejar iniciar projetos paralelos os quais James e Lars não permitiam.
Precisamos de um novo Baixista: Novas intrigas, “MTV Icon”, “St. Anger” e Entrada de Robert Trujillo (2002/2006)
O Metallica precisava reerguer-se, principalmente James, que permaneceu um ano em uma clínica de reabilitação psicológica devido ao alcoolismo e traumas do passado, como por exemplo, a morte de sua mãe entre outros problemas.
O Metallica iniciou a gravação de um novo álbum, com o produtor Bob Rock encarregado do contrabaixo. As gravações seriam altamente desgastantes, pelo fato de Lars não se adaptar ao momento de recuperação de James, incorporando comentários pérfidos. Depois do longo e desgastante processo de gravação, o Metallica precisava de um novo contrabaixista, o que levou a iniciar audições para o novo membro. Com diversos músicos postulantes ao cargo, eis que surge o incrível Robert Trujillo, que já havia trabalhado com as bandas Suicidal Tendencies e Ozzy Osbourne, surpreendendo a todos com sua naturalidade e modo de tocar. O fato mais importante era que Robert Trujillo tinha a vontade e sede para reerguer a banda através de grandes performances, algo que a banda realmente precisava.
Pouco antes do lançamento do álbum “St. Anger”, o Metallica foi indicado ao MTV Icon, cerimônia da emissora responsável por registrar a história de grandes artistas e bandas de maior importância na história da música. Neste evento, inúmeros artistas da atualidade, de Korn à Snoop Dog, tocaram covers de clássicos da banda homenageada. E finalmente, no encerramento daquela noite, o Metallica tocaria então pela primeira vez com o exímio contrabaixista Robert Trujillo.
Depois de anos na inércia, o Metallica retorna com seu oitavo álbum com faixas inéditas, denominado “St. Anger”, o que para alguns seria outro indício de que o Metallica teria se “vendido”. A limitação de aparições de solos de Kirk, e a simplicidade dos riff’s de James, além da sonoridade distinta dos álbuns clássicos lançados, levantaram tais suspeitas. Mesmo assim o Metallica ganhava mais e mais admiradores além de garantir lugar nas paradas de sucesso com o “St. Anger”.
Para divulgar seu novo álbum, o Metallica decidiu embarcar em uma turnê mundial, e dentre os locais a serem visitados estava o Rio de Janeiro.
Depois de anos sem tocar na “Cidade Maravilhosa”, o Metallica prometia envolver o público com grandes clássicos. Entretanto, mais uma decepção para os fãs, às vésperas do show ocorreria, o Metallica não só cancelaria o tão esperado show, como a turnê inteira, alegando “esgotamento físico e mental de seus integrantes”. Fato que aumentou a desconfiança já afetada de seus legítimos seguidores.
De volta ao Topo: Fim da Era Bob Rock, “Some Kind of Monster”, “Death Magnetic”, Rock And Roll Hall Of Fame”, “Big Four” e Vinda ao Brasil (2006/2012).
No decorrer dos últimos anos, o Metallica decidiu lançar no ano de 2003, o documentário “Some Kind of Monster”. Muito mais que um simples registro das gravações do álbum “St. Anger”, o documentário serviu como uma espécie de terapia aos membros da banda e aos fãs. Em muitos momentos o documentário registra os desentendimentos de Lars em relação aos problemas de James, vindo à tona então os principais motivos das reviravoltas da banda, que vão desde a traiçoeira expulsão de Dave Mustaine, até a colisão de Lars. Com a roupa lavada, a banda decidiu romper a parceria com o produtor Bob Rock depois de mais de 16 anos de produção, devido principalmente ao apelo dos fãs mais antigos.
Para gravar seu nono álbum, o Metallica anunciou seu novo produtor, Rick Ruben, o qual já havia participado de excelentes trabalhos com bandas de Heavy Metal a artistas do Pop.
Com um novo encarregado da produção, o Metallica iniciou o período de composições, que seria interrompido pela turnê “Sick of the Studio Tour”, e no repertório, estaria “Orion”, música que o Metallica nunca havia tocado por completo.
Com um novo encarregado da produção, o Metallica iniciou o período de composições, que seria interrompido pela turnê “Sick of the Studio Tour”, e no repertório, estaria “Orion”, música que o Metallica nunca havia tocado por completo.
Em 2008, o Metallica lança o álbum “Death Magnetic”, tendo boa repercussão na mídia e aprovação dos fãs, inclusive os mais conservadores da fase Trash da banda. A faixa de abertura, denominada “That was just your life”, apresenta pitadas que lembram “… And Justice For All” e “Black Album”, com dedilhados e climas bem tramados, incendiados com riff’s pesados e velozes. Sem contar o retorno das incríveis pontes que antecedem os solos de Kirk Hammett. Além disso, este disco é marcado da saga “The Unforgiven”, faixa que surgiu no “Black Album”. Apesar da introdução do arranjo executado no piano com agradável harmonia, “The Unforgiven III” apresenta imensa agressividade somente vista nos primeiros álbuns, diga-se de passagem, em diversos momentos, mais rápido e mais hostil se comparado ao “Black Album”.
Um ano após o lançamento de seu nono álbum, o Metallica é indicado ao “Rock and Roll Hall of Fame”, tocando uma compilação de hit’s com Robert Trujillo, contrabaixista atual, com participação do antigo contrabaixista Jason Newsted.
Em 2010, o Metallica promove o festival “Big Four”, que consiste em reunir as quatro maiores bandas de Trash Metal, Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax. O festival teve grande repercussão tendo sido registrado e mixado e posteriormente o evento seria disponibilizado em uma versão para cinema, exibido no mundo inteiro.
No ano seguinte, o Metallica comemora seus 30 anos de carreira, tocando grandes hits com todos os integrantes que passaram pela banda, são eles: Lloyd Grant, Ron McGovney, Jason Newsted e a ilustre presença de Dave Mustaine. Sem contar diversas participações especias, como a do antigo produtor Bob Rock.
Do contrário ao clima tenso estabelecido nas gravações de “St. Anger” aparentemente a interação dos integrantes no show era ótima, “Death Magnetic” simboliza o retorno do bom convívio dos quatro integrantes, principalmente de Lars e James. União que pôde ser conferida de perto em 2010 e 2011, nas ilustres passagens pelo Brasil em São Paulo, Porto Alegre, e por último no Rio de Janeiro na quarta edição nacional do “Rock in Rio”.
Mais de 30 anos de carreira deve fazer o mais reticente e radical fã pensar bem, antes de desferir qualquer crítica ao trabalho desta memorável banda.
Integrantes:
- James Hetfield: Vocal e Guitarra – 1981/dias atuais
- Lars Ulrich: Baterista – 1981/dias atuais
- Kirk Hammett: Guitarra – 1983/dias atuais
- Robert Trujillo: Contrabaixo – 2003/dias atuais
- Jason Newsted: Contrabaixo – 1986/2001
- Cliff Burton: Contrabaixo – 1982/1986
- Ron McGovney: Contrabaixo – 1982/1982
- Dave Mustaine: Guitarra – 1982/1983
- Lloyd Grant: Guitarra – 1981/1982